domingo, 25 de setembro de 2016

Preparação para a Maratona - Estado da nação

A cerca de mês e meio da Maratona, achei que era tempo de fazer um estado da nação, para partilhar com vocês como tem corrido os treinos, quais as expetativas no momento e o que me espera nas próximas semanas. Já passaram mais de dois meses desde que comecei a treinar especificamente para esta prova, e posso dizer que não esperava ainda ter a prova ainda no horizonte, embora tenha surgido outras fontes de preocupação.


Na minha primeira tentativa (falhada) estava muito mais animado. Próprio de uma primeira vez. Fui treinando, todas as semanas publicava aqui a semana de treinos, e assim foi até ser forçado a desistir da prova, um mês antes de se realizar.
Desta vez, meti-me nisto de uma forma muito mais ponderada, sem expetativas, receoso. Quase certo que não ia conseguir estar à partida da prova. E embora ainda não saiba se vou estar, pelo menos ainda está no horizonte, o que já é positivo por si só.

Estratégia de treinos
Sendo eu um perfeito amador, sujeito a cometer 1001 erros, naturalmente fiz aquilo que achei que devia fazer, tendo em conta o que vivenciei em 2014. Fiz um plano com 4 treinos semanais, para um total de 58 até à prova. Numa tentativa de minimizar sobrecarregar o joelho, tomei três decisões claras:
  • Sessões de fisioterapia semanais de modo a tentar controlar a perna esquerda, nomeadamente o joelho e gémeos, bem com impedir que toda a perna fique excessivamente rígida (ao nível muscular claro), algo que infelizmente pareço fazer com grande facilidade, sobretudo na perna esquerda.
  • Não fazer treino intervalado ou por séries, por receio de o impacto forte e agressivo a que o joelho iria ser sujeito, pudesse agravar e causar mais problemas.
  • Fazer um plano muito simples, com poucos kms, em crescendo, para dar tempo às pernas, músculos e tendões de ficarem mais fortes e resistentes.
À data de hoje, 25 de Setembro de 2016, cumpri 34 dos 58 treinos planeados.

Parte boa até agora
Bem, a parte boa até agora tem que ser o facto de ainda estar aqui, a treinar e de o joelho não me ter dado os problemas. Na verdade, nas últimas semanas até nem tem incomodado muito. Em alguns treinos vou sentindo dores aqui e ali. No final dos treinos longos também fico dorido, mas nada que se compare a 2014. O joelho em si tem-se portado bem, as dores ou sensações esquisitas tem vindo sobretudo da zona mesmo abaixo do joelho, perto dos gémeos. Felizmente (façam figas) não tem piorado com os treinos e nas últimas semanas até baixou de intensidade. Tenho conseguido fazer alguns treinos sem qualquer queixa, durante ou depois. Não fazem ideia de como isso sabe bem, quando faço um treino a sentir as pernas sólidas, sem dores.

Parte má/preocupante
Estou preocupado sim! Estive sempre atento ao joelho, mas a verdade é que não é por ai que estou preocupado, mas sim com a minha forma física. Não estou de maneira nenhuma ao nível que já deveria estar a cerca de 6 semanas da prova, nomeadamente no que toca a resistência. Estarei com resistência (correr até sentir a primeira quebra) para cerca de 16/17kms, quando teria que estar mais perto dos 30kms.
Duas semanas antes de eu escrever este artigo, fiz um treino longo de 22.5kms, onde dei o "berro" por volta dos 16kms, fazendo o resto em esforço. Custou bastante, mas fiz a distância pretendida, embora bem acima do ritmo desejado.

Hoje tinha planeado 27kms, dos quais fiz pouco mais de 18kms. Foi o primeiro treino que não cumpri a distância planeada. Houve alguns fatores que podem ter contribuído para este mau treino. Na tentativa de descansar mais, posso ter dormido de mais, e no dia anterior cometi o erro de beber leite a mais, por preguiça para fazer comida apropriada. Foi um treino complicado. Comecei a ter dificuldades aos 13kms, parei algumas vezes, até que a cabeça quebrou e desisti ao km 18. Não me sentia bem, pulsação alta mesmo a ritmo lento, sentia-me mal disposto. Parei três vezes para tentar recuperar um pouco até que a cabeça quebrou. Espero que tenha sido sobretudo um dia mau como todos nós temos, e que com as correções que vou tentar fazer, as coisas melhorem.

Numa Maratona, sobretudo para estreantes como eu, todo o mundo fala da grande parede que surge algures depois do km 30. A este ritmo, vou tingir essa parede muito antes dos 30kms, o que não augura nada de bom. Tenho que mudar algo, sob pena de claudicar na prova. Se estas alterações provocarem problemas no joelho, paciência. Fiz o que pude!

All in
Andei este tempo todo preocupado em não sobrecarregar o joelho, mas está visto que a este ritmo muito dificilmente vou conseguir chegar ao fim da prova, pelo que decidi arriscar mais, na esperança que me ajude a melhorar minha forma física.
Tenho planeado 2 trails de 25kms em Outubro, que não deverão andar muito longe de equivaler a 30 kms na estrada. Mas para a coisa correr bem, tenho que conseguir fazer esses trail's sem "berrar" tão cedo. O ideal obviamente, é fazer o trail todo sem quebrar.. Se no segundo trail, planeado para o final do mês de Outubro conseguir isso, então poderei ficar mais animado e confiante. Como digo sempre, vamos ver.
 
As alterações que vou fazer são as seguintes:
  • passar a fazer cinco treinos semanais, e incluir se possível dois bi-diários e um intervalado.
  • aumentar o volume de treinos. Procurar acima de tudo fazer mais kms  do que tenho feito até agora.
  • rever alimentação. Tinha planeado chegar a Outubro, e abolir tudo o que não ajuda um desportista, mas decidi antecipar essa mudança já a parti de amanhã. Falo de bebidas com gás, doces, porcarias, etc. E apostar numa boa hidratação, peixes, legumes, mais fruta, etc. Não é que eu seja de fazer asneiras todos os dias, mas tenho que reduzir para uma refeição "batota" por semana, e o resto só coisas saudáveis.
  • abolir leite, e deixar ficar apenas iogurtes líquidos magro.
E pronto, é este o estado da nação. 
Se alguém tiver sugestões/dicas que possam ajudar, sou todo ouvidos.

 Até à próxima e boas corridas.
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sexta-feira, 9 de setembro de 2016

Rescaldo - Celtic Challenge Trail 2016

Após as férias de Verão e já com algumas semanas de treinos nas pernas para a Maratona que se aproxima(assim o espero) em Novembro, foi tempo de voltar a competir, mais uma vez num Trail, o Celtic Challenge Trail. Sendo uma prova com duas distâncias, uma de 15kms e outra de 25kms, o sensato seria começar pelo trail curto. Acontece que não fui sensato e meti-me logo na de 25kms. Vamos ver como correu.


Meu ultimo trail foi em Julho, com a Expedição ao S. Gonçalo. Foi uma prova super difícil para mim. Muito calor, vários meses sem competir em trails, a desidratação e o forte calor fizeram-me sofrer muito. Desta vez fui para a prova um pouco mais confiante. Sabia que não tinha preparação para os 25kms, pelo que o objectivo era apenas rolar, e dar um pequeno choque ao corpo, levando-o a limites que já não estava habituado. Nas últimas semanas o máximo que corri de uma vez só, foi pouco mais de 18kms, com a agravante de ser sempre em estrada. Como sabemos 10kms em estrada não é a mesma coisa que no monte, pelo que seria utópico pensar que teria preparação para tal.

A altimetria revelava uma prova que para a distância ia ser difícil, com a parte mais difícil a ser os primeiros 15kms, o que me deu algum alento, pois acreditava ter preparação suficiente para essa distancia. O resto como era essencialmente a descer, deveria ser mais fácil de gerir, assim pensei eu.

Comecei a prova com calma, a ter boas sensações nas pernas, mas a acusar o facto de só fazer treinos planos. A prova começou logo com perto de 4kms a subir, meu corpo acusou isso e as bmps subiram logo. Estava muito calor, e tinha pelo menos 3 subidas com bastante inclinação, sobretudo a que levou à ultima zona de reforço com sólidos, pouco depois dos 15kms. Pois bem, minha preparação não era suficiente sequer para os 15kms. Acusei falta de pernas e resistência. A partir dos 14/15kms e depois cada vez pior até ao fim da prova, comecei a ficar com uma enorme tensão muscular nas pernas. Estavam mesmo duras, sem elasticidade/flexibilidade. Até a descer sentia desconforto com o movimento dos músculos. Acredito que se tenha devido a dois fatores. Preparação inadequada para o efeito, e ter aumentado um pouco a massa muscular.
Os últimos kms foram uma luta entre a cabeça e o corpo, com o corpo a querer ir a pé, e a cabeça a tentar contrariar isso. Cheguei a correr em plano a ritmo de jogging, com as bmp's altas, sinal da fadiga que já tinha. Foi um bom treino também para a cabeça.
Consegui chegar ao fim, e agora espero que o pior tenha passado. Claramente não tinha preparação suficiente, e espero que o choque que meu corpo levou, me ajude nas próximas semanas.

Joelho
Não tenho tido problemas ultimamente. Há sempre dorzitas, mas mais perto dos gémeos, mas felizmente não tem piorado. Senti algo durante a prova, mas nunca piorou. As massagens semanais, a aplicação de gelo e talvez, o uso de palmilhas adequadas, tem permitido para já controlar o problema. No entanto, não vou fazer a festa antes do tempo. Será sobretudo a partir desta semana que irei aumentar meu volume de treinos, com mais kms em cada treino. No passado recente, sempre que minha forma melhorava, o joelho começou a queixar-se, pelo que nada de favas contadas. Entretanto já fiz a massagem pós-prova, e as dores sentidas mostram que o problema ainda está lá. Mas curiosamente sempre na zona entre os gémeos e o joelho, e não no próprio joelho.

Organização
Tratando-se de uma prova nova, fiquei surpreendido. Não tenho absolutamente nada a apontar, além do tiro de partida ter sido 10min depois da hora marcada. Marcações de percurso impecáveis, várias zonas de reforço, pessoas simpáticas a ajudar-nos em tudo. Vivemos um ambiente típico da Escócia, com música alusiva. Gostei mesmo muito de tudo que tem a ver com a organização. Faço votos para que continuem assim.

A zona em que a prova decorreu foi muito fustigada por incêndios, obrigando a organização a refazer o percurso mais que uma vez. Dai não ter estranhado ter feito 22,4kms, e não os 25kms previstos. Mas como sofri muito para acabar a prova, até agradeci estes 2,6kms a menos.

A menos de dois meses da Maratona do Porto, espero fazer mais um ou outro Trail, pois acredito que ajuda muito na preparação.

Até à próxima
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