terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

O que é feito de mim

Após quase um ano de ausência deste blog, hoje apeteceu-me escrever um pouco e dar a saber o que tenho feito este tempo todo. Esta vontade de escrever veio após efetuar uma pesquisa na Google para umas sapatilhas novas, pesquisa essa que sem me aperceber, trouxe-me ao meu blog, e a uma review feita por mim.
Foi engraçado constatar/relembrar que realmente não tenho grandes dotes de escrita, mas pronto faz-se o que se pode.


Então o que é feito de mim

Não me recordo se cheguei a mencionar, mas a minha preparação para a Maratona de Madrid, realizada em Abril de 2017 não foi nada fácil. Tive más sensações ao longo dos treinos, não consegui completar um dos treinos longos, e a semana que antecedeu a prova foi complicado. Tudo isso refletiu-se na prova, com uma grande quebra ao km 25. Mas essas não foram todas as dificuldades que passei, pois estive vários meses com estas queixas:

- contraturas numa zona em particular das costas
- formigueiro na mão direita
- dor no antebraço
- dores nas costas (mesma zona onde tinha as contraturas)

De Janeiro a Abril em particular, fiz várias massagens, mas as contraturas pura e simplesmente não desapareciam, as dores nas costas eram uma coisa diária, assim como o formigueiro e dor no antebraço.
Pouco depois da Maratona, tentei descobrir o que tinha, e após efetuar uma ressonância magnética, a resposta veio:


Foi esta Hérnia que me causou todas os problemas que descrevi acima.
Dizer que foi desagradável descobrir isto, é pouco. Na altura fui a um fisiatra e a um ortopedista, e ambos recomendaram a mesma coisa, parar com as corridas, para evitar ter que ir à faca. O desanimo instalou-se e perdi vontade de alimentar o blog.

Durante 3 meses, fiz cerca de 30 a 40 sessões de fisioterapia, para tentar melhorar e debelar as queixas. Sinceramente, cheguei a ficar convencido que nunca mais ia deixar de ter estas queixas, que nunca mais ia conseguir passar um dia inteiro sem dores, formigueiros, etc. 
Em retrospetiva, alguns destes sintomas começaram a manifestar-se em 2016 ou até 2015, mas mesmo sendo um atleta amador, consigo suportar até um certo nível de dor/problemas que o normal, e isso leva a situações como esta.
Felizmente após muito tratamento, as queixas desapareceram.

Em busca de um SIM, vais voltar a correr

Durante largos meses, limitei-me a uma a duas corridas semanais curtas , sem preocupações com nada. E na busca de um especialista que me desse esperanças de poder continuar a correr, fui parar a um fisioterapeuta/ortopedista especialista em atletas de alta competição, que felizmente me deu esperanças de poder voltar a correr, embora com necessidade de fazer bastante trabalho prévio até poder voltar. 
Pois bem, esse trabalho ainda hoje está a ser feito, sendo que a minha rotina semanal de ginásio, teve que sofrer algumas alterações. Desde meados de Julho/Agosto de 2016 que faço sessões de (e peço desculpa por não saber o nome exato) terapia especificas, para aumentar minha flexibilidade e mobilidade, enquanto no ginásio todas as semanas faço aulas de Pilates e Body Balance.
Algures em Outubro/Novembro, recebi luz verde para voltar a correr mais a sério, embora sem entrar em loucuras. Seja como for, foi uma boa notícia após tanto tempo parado.

Estamos agora em Fevereiro de 2018, e as visitas quase mensais à fisioterapia vão manter-se (quase certamente) para sempre, assim como as aulas de pilates e afins. Estou a correr 2 a 3 vezes por semana, e a participar em algumas provas, mas sem intenções de voltar ao ritmo de outrora, nem com records pessoais ou distâncias acima dos 20/25 kms.

Para já, por norma continuo sem as queixas que tinha há um ano atrás, mas tenho que manter a disciplina e o fócus. Se passar duas semanas sem fazer pilates, sinto logo a diferença. Nunca tive grande elasticidade e flexibilidade, pelo que o pilates ajuda-me imenso nisso. Posso mesmo dizer que faz mais por mim do que uma massagem, e recomendo vivamente a qualquer atleta. Saímos de lá leves, com as costas e pescoço livres, o que me ajuda, pois tenho que procurar aliviar o pescoço de qualquer tensão, e reforçar ao máximo a massa muscular em redor.

A parte da hérnia, há boas expetativas de a manter sob controle, já a parte que está a degenerar, essa é mais preocupante e aparentemente nada há a fazer. Estou a trabalhar para adiar ao máximo a necessidade de ter que operar, mas também para poder manter a corrida como parte das minhas atividades desportivas, embora esteja ciente que algures no tempo provavelmente terei que ir à faca.

Próximos tempos

O objetivo é gozar mais a vida e as corridas, e não entrar em loucuras. Estive cerca de 7 meses sem correr a sério e isso é muito tempo. Perdi massa muscular, ganhei massa gorda, os tendões ficaram mais fracos e menos resistentes. E voltar a restituir o core que já tinha, não é uma coisa fácil, pelo que como disse não pretendo meter-me em grandes aventuras, apenas participar em trails inferiores a 20 kms, e ver como o corpo se sente, sobretudo quando entrarmos na fase de Março - Julho, onde há mais provas, e ir vendo o que o corpo me transmite.

E pronto está feito o estado da nação. Boas corridas!
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quarta-feira, 26 de abril de 2017

Maratona de Madrid 2017 - Rescaldo

Após quase 4 meses de preparação, finalmente chegou o dia em que arranquei para a minha segunda Maratona de sempre, cerca de 6 meses depois da minha estreia, na Maratona do Porto. Tracei como objetivo para esta prova, um tempo abaixo dos 03:30:00, mesmo sabendo que era um percurso mais difícil que o do Porto, logo menos propenso a records pessoais. Obviamente que nada se compara à primeira vez no que toca a emoções, mas uma Maratona é sempre uma Maratona, pelo que há muito a contar e recordar.

 

Fui para Madrid no dia anterior à prova, mais cinco colegas. Dois para os 10kms, dois para a Meia Maratona e dois para a Maratona. Apanhamos o voo das 06:15 o que talvez não tenha sido a melhor opção, pois implicou acordarmos bem cedo. Chegamos a Madrid, fomos deixar nossas malas no Aparthotel e fomos levantar o dorsal.
Logo aqui começamos a ter noção da dimensão e qualidade desta organização. Um pavilhão enorme, com uma zona enorme tipo feira, outra de alimentação (incluído na inscrição) e por fim a zona dedicada a levantamento de dorsais, e brindes. Estava a contar perder muito tempo, mas na verdade foi super rápido, pois havia muito staff para ajudar, e estava tudo bem separado entre as três provas. Após o almoço passamos o resto da tarde a passear, a fazer tempo para ver a bola (Sporting - Benfica).

Meu estado de espírito era sobretudo de preocupação. A preparação correu bem até cerca de quatro semanas antes da prova, onde comecei a acusar fadiga física e mental. Eu já falei desta situação no meu post anterior, pelo que não me vou repetir. A semana não foi bem conseguida no que toca a horas de sono, e até ao dia anterior à prova sentia-me cansaço, as pernas doiam e sinceramente estava a ver a coisa mal parada. Pode-se pensar que era nervos, mas não penso assim. Estava mesmo cansado e com os treinos que correram mal, sem grande confiança. Fui para a cama com um pensamento apenas... "se acabar a prova já será muito bom".

Dia de prova
Quando fui para a cama, adormeci em três tempos e acordei sem sobressaltos. Tive uma noite de sono relativamente descansada. Nada de ansiedades, tentei manter-me o mais sereno possível. Não sei como é com vocês, mas eu procuro "ouvir" ao máximo o que o corpo me transmite o tempo todo, e quando acordei não foi exceção. Tentei logo verificar como estavam as pernas, ainda deitado na cama. E pelo menos na cama não sentia aquelas dores musculares tópicas. Levantei-me, fui beber água e continuei a não sentir dores. E pronto, fizemos o ritual do costume, pequeno almoço, equipar, umas gargalhadas e toca a ir para o local de partida, a cerca de 2kms de onde estávamos.


Acho que cada um tem a sua maneira de lidar com os momentos que antecedem o inicio da prova. Eu estive relativamente calmo e sereno, comi minha banana a 30 min do inicio e pouco depois lá fui para o local de partida. Desejamos boa sorte uns aos outros, e depois foi cada um por si.

"Vamos lá cara...""
Foi a primeira coisa que me veio à cabeça, naquela fase da motivação final. Ia alongando, dando pequenas corridas e procurando motivar-me e a frase que mais me veio à cabeça foi mesmo esta! Tentei encher-me ao máximo de adrenalina, para procurar ganhar o máximo de confiança possível.
As sensações que as pernas deram naqueles minutos foram as mesmas que tive quando acordei. Como estava relativamente fresco, decidi arriscar! Vou atacar o tempo para o qual treinei, 03:30:00, ou seja, tentar andar nos 04:55 de média, a precaver a quebra que temos quando atingimos a famosa parede.
O ambiente estava eletrizante, atletas até onde a vista conseguia ver. E com alguns minutos de atraso, foi dado o tiro de partida. Para terem noção do número de participantes, desde o tiro de partida até eu passar no pórtico inicial, passaram cerca de 3 min.

A prova
Comecei a prova calmo mas concentrado, tentando evitar a confusão natural dos primeiros kms. Primeiro km fiz em 05:14 e depois até ao km 26, maioria dos meus parciais andaram abaixo dos 04:55, tal como pretendido. Era impossível manter-me constante, pois havia muito sobe desce. Seja como for sentia-me bem, e confesso, com a confiança a aumentar. No entanto, essa confiança foi sol de pouca dura, e por volta do km 26 comecei a sentir dificuldades em manter o ritmo. O km 27 e 28 revelaram isso mesmo, com parciais de 05:17 e 05:23. Foi uma queda grande! Não sei dizer se atingi ali a minha "parede", ou se foi por outra razão, mas as dificuldades que passei a sentir, e o facto de ainda faltar mais de 15 kms, levaram-me rapidamente a desistir da ideia de tentar manter aquele ritmo, e focar-me sobretudo em acabar a prova.
Gostei da maneira como geri meu esforço a partir dai. Procurei manter-me hidratado, tomar meu gel, beber bebidas isotónicas no reforço, não forçar nas subidas e tentar ao máximo aguentar-me naquele ritmo sem pensar muito no que estava a sofrer. Posso dizer que comparando com a minha primeira Maratona, sofri menos em intensidade, mas durante mais tempo.

O ambiente da prova foi fenomenal. Milhares e milhares de pessoas ao longo do percurso a dar-nos incentivo. Cheguei a ficar arrepiado, tal era o barulho que as pessoas faziam à nossa passagem. Ali não há egos, nem pessoas manhosas. Os participantes apoiam-se a 1000%, bem como as pessoas que estavam lá a ver a prova. Havia um enorme respeito de parte a parte, e isso sabe super bem.
A uma dada altura, numa subida bem chata, num local da prova que aparentou já ser tradição, as pessoas em vez de estarem nos passeios, estão bem dentro da estrada, fazendo uma espécie de funil, onde só podem passar dois atletas lado a lado. Senti-me literalmente um ciclista no Tour de France. Que sensação!!!

Mas voltando à prova, tentei poupar-me ao máximo, até que por volta do km 33 decidi dar um "safanão" a mim mesmo, e forçar um pouco mais. Os parciais mantiveram-se próximos dos que vinha tendo desde km 25, mas como vão poder ver, subiu-se alguns kms para o fim. Felizmente não tive quebras, e consegui manter-me na zona a rondar os 05:30. Últimos 2 kms e aproveitando a inclinação favorável, consegui acabar com parciais de 05:03, 04:51, ao km 40 e 41 respetivamente. As pernas não davam para mais, tal era a rigidez com que estavam.



Meu tempo final foi de 03:36:46 a um ritmo médio de 05:06. Apesar de não ter atingido meu objetivo, não há que chorar por isso. Não esqueço o que passei em 2015, e não esqueço as semanas difíceis que antecederam esta prova. De certo modo estou aliviado, pois não só terminei a prova como não tenho que lidar com estas duvidas todas! Está feito e isso é que interessa.
A nível de dores e cansaço pós-prova, foi uma agradável surpresa constatar que não fiquei tão empenado como da última vez. Claro que custo subir e descer escadas após a prova, mas nos dias seguintes (escrevo este rescaldo três dias depois da prova), sinto-me bem melhor que na Maratona do Porto, o que é sempre bom.

Rescaldo final
Recomendo vivamente que façam esta prova, em qualquer das três distâncias. Foi a 40ª edição desta prova, e garanto-vos, isso transparece em tudo. Desde o staff, a policia e serviços de limpeza. Uma máquina super bem oleada, tanto que no final do dia prova, na meta já não havia garrafas vazias no chão. Um dos colegas que foi comigo, já participou em diversas provas por esta Europa fora. Vale o que vale, mas referenciou Madrid como a prova onde há melhor ambiente, no que toca às pessoas incentivaram os atletas.
Como ficamos em Madrid até ao final do dia seguinte, fomos cruzando com outros participantes, e por vezes conseguimos reconhecer outros que fizeram a Maratona, simplesmente pelo andar eh eh

Outra realidade que ainda não tinha visto, foi o que se sofre mais atrás. Depois de acabar a prova fomos para o Aparthotel, e durante a viagem de volta, fomos passando por atletas ainda a competir. Deu para ver todo o tipo de situações, algumas menos boas com participantes no chão a receber assistência médica, e outros em claras dificuldades. É uma prova brutal, muito muito dura, onde só acabar já é um feito enorme.
Para quem ler isto, e estiver a pensar meter-se na sua primeira Maratona, só digo isto. São meses de trabalho árduo, sacrifício, onde se abdica de outras coisas (no meu caso fiz anos na semana que anteceu a prova, e infelizmente não pude comer os doces que gostaria), mas ... viver aquele ambiente.. e chegar ao fim.. esquecemos tudo o que se passou antes, e tudo se justifica.

Da minha parte, vou descansar nos próximos tempos, recuperar das mazelas, desopilar um pouco a cabeça das corridas, competir apenas para me divertir. Próximo desafio, será a Maratona do Porto em Novembro, pelo que algures em Julho espero começar a minha preparação.

Boas corridas :)
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segunda-feira, 17 de abril de 2017

Maratona de Madrid 2017 - A dias de começar

O tempo passa realmente a voar, ainda ontem entrámos em 2017 e já estamos a meio de Abril. Chega a ser assustador a velocidade com que o tempo passa. A entrada em 2017 marcou também o inicio da minha preparação para a Maratona de Madrid, que vai decorrer dia 23 de Abril. A 6 dias de tentar concluir com sucesso a minha 2ª Maratona de sempre, é tempo de fazer um balanço quase final da preparação, e que perspectivas tenho para a prova.


É isto que me espera na Maratona de Madrid. Foram abertas 32.000 inscrições para Maratona, Meia-Maratona e 10 kms. Será a minha segunda vez a competir fora de Portugal, e o cenário tem tudo para ser fabuloso, mas não vou lá para passear.

Estou a um/dois treinos de concluir minha preparação. Desde iniciei minha preparação, fiz um pouco mais de 700 kms divididos em cerca de 60 treinos, com três (creio) provas de preparação incluídas. Até há cerca de um mês estava tudo a correr bem, mas entretanto as coisas não têm estado bem. Tracei como objectivo pessoal para a prova, conseguir acabar abaixo 03:30:00, pelo que todo meu treino passou por conseguir meter um ritmo natural na ordem dos 04:55, tentando precaver-me com a perda natural de ritmo, após atingir a famosa parede. Há cerca de 3 semanas, e seguindo o plano, fiz um treino longo de 30 kms que correu bem. Percorri a distância em cerca de 02:29:00 e só quebrei a valer por volta do km 29, o que me deixou animado. Na semana seguinte, era suposto ser um treino mais curto de 16kms a 21kms, mas acabei desistindo ao por volta do km 7.5. Simplesmente a cabeça desligou, estava a correr sem vontade confesso, e de um momento para o outro, a cabeça simplesmente não quis estar ali, e pura e simplesmente não consegui contrariar. Meti na cabeça, que era melhor não forçar para não saturar ainda mais, e deixar melhores dias virem. 
No Domingo seguinte, o planeado era fazer o segundo treino longo da preparação, quiçá o mais importante, e fazer 33-35kms. Novamente desisti, desta vez por volta do km 21.5. Foi mais um treino atípico. Acordei bastante cansado, com o corpo claramente a querer dizer-me que devia ficar na cama e não ir para a rua, naquela que seria o meu primeiro treino debaixo de forte calor. Primeiros kms custaram bastante até entrar no ritmo, mas depois por volta do km 7 as coisas melhoraram e fiz cerca de 11 kms dentro do ritmo pretendido. A partir dai, comecei a ter muitas dificuldades em manter o ritmo, parei algumas vezes, abrandei ainda mais na tentativa de pelo menos fazer a distância, e de novo a uma certa altura a cabeça voltou a dizer chega, e não consegui contrariar. 
Naturalmente fiquei preocupado e desanimado. Foi um treino para onde fui cansado, desidratado, e pelas sensações que o corpo transmitiu durante o treino em si, e as dores musculares que senti nos alongamentos no fim, deixaram-me preocupado. No dia seguinte, procurei um treinador de atletismo, no sentido de tentar perceber o que se estaria a passar, e o que fazer para tentar minimizar o que estou a sentir. A opinião dele foi clara "teu corpo está cansado.. talvez falta de oxigenação.. tenha contribuido para a tua cabeça não querer estar ali..". Fez sentido para mim. Se tiver que dar minha opinião.. estou com fadiga muscular e mental.. não estou com a garra.. entusiasmo que estava em 2016, e isso naturalmente reflecte-se.
A semana anterior à data em que escrevo este artigo, fiz uns treinos diferentes, a conselho deste treinador, com a intenção de espevitar o corpo, acompanhado de umas ampolas para quem está a sofrer de fadiga. A semana correu bem, mas no último treino longo do plano de treinos, de novo dificuldades. Desta vez consegui concluir o treino, 16kms, e dentro do tempo previsto, mas com muito esforço. Esforço a mais para uma distância tão curta. A uma  semana da prova, deveria fazer esta distância com uma perna às costas, mas não foi o caso. De novo, senti dores em todos os alongamentos que fiz e de novo estou meio "aparvalhado" o sucedido.
Tentei descansar, dormir mais que o normal, mas o corpo parece que não reage mesmo.
Por outro lado ando há algumas semanas com problemas num pé, daqueles problemas que só com repouso prolongado se resolve, mas que espero não ser impeditivo de acabar a prova, e por outro lado uma contractura nas costas já crónica, que me chateia há quase 2 meses non stop. Ossos do ofício.

E pronto, é este o estado na nação. Ultimamente, tenho ido para as provas sem qualquer expectativa, e tenho sempre tido agradáveis surpresas, mas não tenho a mais pequena duvida que um dia a prova em si será igual ou pior à expectativa com que a inicio.

É mais que óbvio que este tipo de situações faz parte deste desporto, e que nem sempre tudo irá correr bem. Lembro-me bem das reservas com que fui para a minha primeira Maratona em 2016, mas essas reservas eram por questões diferentes. Desta vez, não tive qualquer problema com os meus joelhos felizmente, e até há 3 semanas tudo estava a decorrer conforme planeado. Mas agora tanto o corpo como a mente estão em claro défice.

Não há nada como a primeira vez, e gostava que a cabeça pelo menos, estivesse com a força toda, mas confesso que não está. Com a prova, o ambiente, estar rodeado de milhares de atletas, tudo isso vai dar um pouco de força e adrenalina (assim o espero), mas tenho que me mentalizar que será uma prova, em que verei seu o fim, apenas graças a muito coração e cabeça. Graças a muito esforço.
Se estiver calor, vejo como impossível fazer a menos de 03:30:00, e só posso pensar em acabar mesmo, mas as sensações que tiver nos primeiros kms é que vão ditar minha postura para a prova. Se for como tem sido nas últimas semanas, procurarei gerir para acabar. Se por outro lado tiver boas sensações, ai sim tentarei ir para o tempo pretendido.

Gostava de estar com outra confiança, mas tal não será possível. Única coisa que desejo é acabar mesmo.

Boas corridas


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domingo, 2 de abril de 2017

Corrida Dia do Pai Porto 2017 - Rescaldo

Já se tornou uma tradição participar nesta corrida. Foi nesta prova que me estreei nestas andanças, e desde então creio que não falhei um ano. Felizmente abordei esta prova sem os problemas/preocupações que tive um ano antes, pelo que a expetativa era sobretudo divertir-me. Com a preparação para a Maratona de Madrid a rolar mais ou menos conforme planeado, fui para este prova sem pretensões ao nível de tempo, mas já assim foi noutras provas, e depois acabei tendo prestações bem agradáveis. Será que desta vez foi assim?


A foto diz tudo não diz? Nossa tinha muitos atletas. Dá gozo ver a moldura humana que esta prova tem, ano após ano, mostrando que o desporto não pára de crescer. 

Como foi a prova?
Um dos erros que cometo sistematicamente, é que vou para o local de partida muito em cima da hojra, o que faz com que parta atrasado. Desta vez não foi exceção. Embora me tinha inscrito no grupo dos mais rápidos, a verdade é éramos mesmo muitos. Há hora prevista, foi dado o tiro de partida.

Foram precisos mais perto de 3 kms até conseguir correr sem tanta gente dos lados, e sobretudo sem ter que ultrapassar constantemente outros participantes. Naturalmente, os mais rápidos já lá iam, mas nao obstante isso, o facto de não partir logo colado a atletas melhor preparados que eu, dificulta a vida de quem quer lutar por record pessoal. Se conseguirmos logo á partida coluramo-nos a alguém mais rápido, temos mais hipóteses de conseguir melhorar nossa marca pessoal.

Antes da prova começar tive tempo de decidir o que queria fazer. "Matar-me" pelo melhor resultado possível, ou ir um pouco mais relaxado. Como o tempo estava perfeito para correr, decidi começar bem forte, e ver até onde podia aguentar. Meus parciais não enganaram. Primeiros 2 kms rondaram o 04:00, reflexo em parte da confusão da partida, e depois até ao km 5 fui sempre num ritmo bem constante a rondar os 03:55. Depois disso comecei a pagar o esforço de estar a correr a um ritmo que não costuma correr, e para o qual não me preparei devidamente. Afinal preparar para uma Maratona não é o mesmo que preparar para provas curtas. 
Esta prova não é a ideal para tempos, ali pelo km 7 apanhamos parte da subida para Avenida Boavista, que por norma causa muitos danos. Como já conheço bem o percurso, procurei gerir meu esforço nessa fase. 
Quando demos meia volta na subida para a Avenida da Boavista, deixei passar uns 10/15s para baixar um pouco as BPM, e aproveitando o facto de ser a descer, acelerei o mais que pude, o que se refletiu de imediato no parcial do km 8, onde a uma dada altura sou ultrapassado por outro corredor, claramente num ritmo mais rápido. Tentei acompanhar mas sem hipótese, era demais para mim.


Esta foi a foto mais "simpática" que me tiraram, porque na verdade não ia 100%, ia a 110%. Foi uma parte final de faca nos dentes, a sofrer muito, na tentativa de fazer o melhor tempo possível.
Terminei a prova com 9.80kms no relógio e fiquei deveras chateado com isso, pois fiz tempo para record pessoa. Que fiz? Pausei o relógio, e mal tive oportunidade fiz os restantes 20m, até chegar aos 10kms, com o cuidado de tentar fazê-los ao ritmo com que acabei. Fiz batota? Um pouco quiça, mas quem corre sabe bem o que isto é. Matei-me para fazer o tempo que fiz, e não ia deixar que 20m me tirassem meu record pessoal.
 Meu tempo final? 00:39:10 cerca de menos 20s que meu record pessoal anterior.

Terá sido a terceira ou quarto vez que assumidamente fui para uma prova sem expetativas de record pessoal, e depois saio com record pessoal. Garanto que não é bluf, mas o que é certo é que tem resultado.

Esta foi a minha última prova antes da Maratona de Madrid, onde espero não só chegar ao fim, mas conseguir melhor minha marca pessoal.

Boas corridas para todos

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sábado, 11 de março de 2017

Análise - Adidas Supernova Glide Boost 9

Nos últimos 3 anos, as Adidas Supernova Glide Boost tornaram-se numa referência em sapatos de corrida. A qualidade da passada que proporcionava, em harmonia com o facto de ser ao mesmo tempo firme e suave, em conjunto como espaço que proporcionava para os pés (por vezes um problema na Adidas pelo que alguns especialistas comentavam), tornaram este modelo algo a ter em conta para qualquer tipo de corredor.

Quando comprei as Glide Boost 8, fiquei muito admirado com o quão boas elas eram. Sentia-me super bem nelas, era fácil correr rápido, sentia mesmo aquele retorno de energia a cada passada, que a marca anunciava. E estas boas sensações que elas provocavam, ajudaram a que fossem consideradas os melhores sapatos de corrida de 2016, em pelo menos um ou dois sites da especialidade.

Naturalmente quando foi hora de trocar as minhas Glide 8, foi impossível não me manter neste modelo, e acabei comprando as Glide 9. A durabilidade e qualidade da passada que proporcionava tornou esta opção algo fácil de fazer, até porque as comprei a um preço muito bom.

Não conhecendo em detalhe o modelo anterior, as Glide 8, visualmente senti bastante diferenças para as que tinha. Logo à partida achei que eram mais reforçadas. Destaco aquele espécie de plástico esverdeado que tem atrás mesmo acima da sola. Fui comparar pesos e bate certo. Terá ganho cerca de 11grs, passando de 295 para 311.
Tendo feito perto 150kms com elas, já dá para ter uma ideia boa do que são e não são. E claramente senti diferenças para as Glide 8, pois não tive o mesmo tipo de sensações. Quase pareciam outro modelo. 

A sola está muito modificada face ao que era anteriormente, e visualmente vê-se claramente muito mais daquele espécie de esferovite a que chamam Boost. E isto naturalmente, tem que provocar diferenças na maneira como lidam com o peso. Creio que a ideia foi no sentido de dar mais suporte à passada, mais amortecimento talvez, para direcionar este modelo para distâncias mais longas. Por outro lado, e mesmo ao fim de 150kms, ainda não sei se já consegui quebrar aquela resistência inicial. Li algures que neste modelo demora um bocado. Peso 72 kg pelo que não sou muito pesado, mas não obstante isso não senti tanta suavidade como sentia nas 8. Sente-se o volume Boost extra sem duvida, mas não me parecem tão suaves como as 8. A pisada é sem duvida mais firme que anteriormente, devido talvez a ter mais 20% de Boost.


Continuam a ser umas sapatilhas excelentes, e adoraria correr com elas sem dores. Uma lesão no pé esquerdo não ajuda obviamente a ter sensações exatas, e sinceramente acho que vou precisar de mais kms e talvez outro modelo para comparar devidamente e auferir se a médio prazo, estas alterações vão ter outros efeitos ou não. O que me parece claro, é que vão poder correr distâncias mais longas agora, mais que não seja ao nível de durabilidade..

Esteticamente, gostos não se discutem, mas acho-as lindas como sempre. A nesta cor, posso dizer a que a Adidas começa a arriscar mais neste aspeto. 
A sola é mais uma vez uma parceria com a Continental, e eu pelo menos adoro. Aqui não tenho a mais pequena duvida que são talvez as que mais aderência oferecem em todas as condições. Já quanto à durabilidade, se for como as 8, então vão ter sapatos para muito tempo, comparativamente com alguns concorrentes.

E pronto, não obstante uma mudança drástica face aos modelos anteriores, que provavelmente a aproximam mais de outros modelos da marca, como as Ultra Boost, mais orientados para maiores distâncias, quiçá, o seu público-alvo terá mudado, não deixam de ser uma boa opção para qualquer corredor.

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