Ultimamente tenho tido a vida muito ocupada, retirando-me tempo, cabeça e por vezes vontade até de vir escrever. Não gosto que assim seja, mas não tem sido fácil. Mas pronto, feito o desabafo venha-se o rescaldo.
Passaram pouco mais de 2 meses desde a minha última prova, a Meia Maratona de Vigo onde melhorei a minha marca pessoal aos 21 kms, encerrando assim em beleza o ano mais preenchido a nível de corridas que já tive. Desde então, foi tempo de ir mantendo a forma, e começar 2017 já a pensar na Maratona de Madrid em Abril. E dentro desse plano, estava a Meia Maratona de Braga, prova que já havia feito em 2016. Semanas antes tinha o objetivo de atacar nesta prova os 90 min à distância. Será que consegui?
Fui para esta prova com vinte e tal treinos realizados em 2017, a pensar na Maratona de Madrid. Por varias razões, não consegui treinar mais do que 4 vezes por semana, pelo que o progresso embora melhor que na preparação para a Maratona do Porto, não estava a ser o desejado. Passei uma fase muito complicado, com grandes exigências a nível pessoal e profissional, que me proporcionaram mais de um mês sem descanso suficiente, sem poder dormir as horas que necessitava etc. Tudo isto levou a que meu corpo se ressentisse, o que me fez passar algumas semanas adoentados, até que decidi parar 4 dias com qualquer tipo de treino, a ver se consegui recuperar. Isto ajudou, mas obviamente tirou-me forma, e com isso lá se foi o meu objetivo de atacar nesta prova os 90 min.
Dia da prova
Estavam condições ideiais para pessoas que como eu, sofrem de bronquite asmática, chuva! Com a chuva o ar fica limpo, e como tal conseguirmos respirar melhor, pelo que logo por ai fiquei com algum ânimo. Depois o aquecimento deu-me boas sensações, melhores do que as que tinha tido nos treinos anteriores, pelo que decidi iniciar a prova numa de deixa ver no que dá, mesmo sabendo que não estava certamente nas melhores condições para conseguir meu grande objetivo à distância. Meu plano tentar passar primeira metade da prova num ritmo entre os 04:20 e 04:25, para depois atacar, caso houvesse pernas.
Conhecia bem o percurso, e sabia que a segunda metade era mais rápida que a primeira. Além disso retiraram do percurso uma parte que subia muita para o que é normal numa prova de estrada, o que automaticamente tornou esta prova mais rápida.
Pois bem, começou a prova e lá fui eu. Não consegui começar no ritmo pretendido, sobretudo por receio. Receio de quebrar na parte final, pelo que fui-me aguentando naquele ritmo. A primeira metade da prova, embora plano, tinha sempre alguma inclinação, pelo que mal demos meia volta, foi tempo de atacar. Colei-me a outro atleta claramente mais confortável que eu, e lá fomos. Para surpresa minha senti-me super bem, até ao km 15 onde comecei a quebrar. A partir dai passou a ser faca nos dentes, sempre em sofrimento, provando que minha preparação não estava à altura do ritmo que estava a tentar imprimir. Numa zona de reforço a minha "boleia" deu-me 2
metros de avanço, mas com muito esforço, consegui não o deixar escapar, o que ajudou ao tempo final. Mesmo com grande esforço, consegui aproveitar esta boleia e a inclinação favorável, para me manter abaixo dos 04:15 até ao km 18, onde o percurso deu nova meia volta, desta vez até à meta. Os 3 kms finais foram de novo com alguma inclinação positiva e vento de frente, o que dificultou mais as coisas. Mesmo assim, dei o que tinha e não tinha, passei minha boleia, e foi sempre no limite até à meta. Terminei a prova com o tempo final de 01:31:45.
Voltei a melhorar meu record pessoal, pelo que devia ficar satisfeito com isso, mas confesso, terminei a proa com um xxxxx-se... por frustração. Embora tenha dado tudo o que tinha e não tinha, senti que podia ter feito melhor na primeira metade. Seja como for, após dois meses sem competir, foi uma boa maneira de começar a época, e sobretudo tenho que continuar grato por correr sem problemas de maior.
Venha-se os próximos capítulos de 2017.
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